Dia Internacional das Mulheres: Devo comemorar?

Há quem ame e quem repudie o Dia Internacional das Mulheres. Há quem adore a data, porque ganha flor, mimos e reconhecimento, mas também há quem diz que não precisa de nada nem ninguém, porque é girl power e se vira sozinha. Afinal, por que existe o dia das mulheres? E, nós mulheres, devemos comemorar ou não?

 

O significado do Dia Internacional das Mulheres

Tem muita mulher que realmente não gosta do dia das mulheres, fica brava e diz que não quer flor, chocolates e não quer nada presentes. Ao contrário, quer ter salário e tratamento igual ao dos homens, quer direito de melhorar a vida e tudo isso, assim como elas, você e eu também queremos, não é mesmo? Todas nós queremos ser tratadas com dignidade, respeito e justiça. Mas a gente também aceita flores e presentes, mesmo que possamos comprar sozinhas, como diz a cantora Miley Cyrus em uma de suas canções! rs

 

A questão é que muitas cristãs anti-feministas associam o Dia Internacional da Mulher com a sua origem comunista. Isso é verdade e por isso, até certo ponto, elas têm uma certa razão com essa justificativa, mas nem tudo tem que ser levado tão a ferro e fogo.

 

De fato, a sugestão de ter um dia mundial para celebrar a mulher, as suas conquistas, seus direitos e lutar pelo direito delas é da Clara Zetkin, que foi uma líder do movimento comunista na Rússia, onde aconteceu a primeira celebração do dia das mulheres. Isso aconteceu após a Primeira Guerra Mundial, a partir do movimento feminista, do movimento comunista para unir as mulheres do mundo. Mas isso só foi para o Ocidente e a famosa data de 8 de março virou símbolo mundial somente por volta de 1970, quando a ONU votou para ter um dia especial para o tema.

 

No começo, existiam algumas fábulas em relação às mulheres que morreram queimadas na fábrica e tal, mas, de fato, historicamente falando, isso não aconteceu de verdade. A data foi angariada pelo movimento feminista para ter reconhecimento sobre as lutas pelos direitos da mulher e, por esse motivo, muitas mulheres são contra a celebração, principalmente as mulheres cristãs.

 

Celebrar faz parte da vida

Não comemorar a data simplesmente com a justificativa de seu surgimento é bobagem e não tem a ver com os princípios. Já parou para pensar que se seguíssemos essa lógica deveríamos deixar de celebrar o Natal, por exemplo? Claro que sim, porque a gente sabe que o nascimento de Jesus não foi em dezembro e muito menos no dia 25. Segundo os historiadores e arqueólogos, foi em setembro. Além disso, poderia ser considerado como um culto pagão, uma época do solstício e por aí vai.

 

Eu sei que muita gente pensa o contrário e está tudo bem, mas eu acho que toda oportunidade de celebrar a vida e o nascimento de Cristo, ainda mais com uma atenção do mundo todo, vale a pena. Então, porque não aproveitarmos essa data para reunir a família, fazer uma ceia gostosa e um culto com a igreja? Tudo isso é em gratidão a Deus e em memória de Cristo.

 

E eu penso exatamente a mesma coisa sobre o Dia Internacional das Mulheres. Se existe uma data em que a gente pode falar mais sobre a mulher, seus direitos e necessidades, por que não aproveitar uma data em que está todo mundo falando sobre isso?

 

Eu sei que o capitalismo vem aí, dizendo para você consumir tudo o que não precisa, mas esse não é o foco. Você pode celebrar as conquistas, as coisas positivas em relação a mulher sem cair nessa mentalidade de massa e de consumismo. Eu realmente acredito que existam muitas coisas que precisam melhorar em relação à mulher, tanto em relação aos direitos humanos, salário, equidade, reconhecimento e tudo mais.

 

Eu absolutamente acredito nisso, mas também acho que existem muitas coisas a serem celebradas. E qual é o problema? Quando a gente foca somente naquilo que falta, só no que a gente não tem ou deveria ter, a gente vai criando um clima de rancor tão grande em cima do tema que a gente abre mão de celebrar tudo de bom que já aconteceu e que vem acontecendo com as mulheres ao redor do mundo.

 

Nem todas as mulheres do mundo têm os mesmo direitos

A Organização das Nações Unidas (ONU) mudou a forma de ler o mundo. Dizer país desenvolvido, emergente, de 1º ou 3º mundo é passado, agora a definição é feita por níveis de pobreza de 1 a 4. Isso porque, na maioria dos países, mesmo no nível de pobreza, o indivíduo tem as mesmas condições de independência, estrutura, condições e acessos culturais. Para quem quiser saber mais detalhes, leia o livro da Fundação Espaço Cultural (FUNESC).

 

Em relação às mulheres de todos os países de baixa renda do mundo, hoje, segundo dados da ONU, cerca de 60% das meninas terminam o Ensino Fundamental. Existem apenas poucos países do mundo, lugares excepcionais como, por exemplo, o Afeganistão ou o Sudão do Sul, em que menos de 20% das meninas terminam o Ensino Fundamental.

 

Com o passar dos anos de globalização, mais meninas têm acesso à educação. Qual é a vantagem disso para o mundo? Simples, nós temos mais meninas que sabem cuidar melhor da saúde, que estão protegidas de violência doméstica no ambiente escolar, que evitam a gravidez precoce, que adiam o casamento e se casam só na maioridade e mais. Tudo isso são fatores muito importantes para o desenvolvimento humano, segurança e bem-estar dessas moças.

 

Outro fato interessante é a melhora da expectativa de vida das mulheres, que aumentou de 79,9 anos, em 2018, para 80,1 anos. Em 1940, a expectativa de vida da mulher era de somente 48 anos. Pensa nisso! Uma menina que nasceu a partir de 2019, tem expectativa de vida de aproximadamente 81 anos. Isso significa que ela tem mais acesso à higiene, às políticas públicas de saneamento básico, à alimentação adequada, às vacinas e muito mais.

 

Apoiar-se nessa energia da raiva e rancor, faz a gente agir de modo negativo. Manter a alegria, a esperança e olhar para os dados mundiais com uma perspectiva positiva faz a gente agir com o intuito de melhorar ainda mais a sociedade, a nossa vida e o futuro de nossas filhas e netas.

 

Para nós, cristãs, essa data também pode ser um momento para agradecer a Deus por tudo o que temos e podemos ser por causa desses avanços sociais. Apesar de vivermos num mundo pecaminoso, caído e com tantos problemas, a gente ainda vê as mãos de Deus operando em áreas tão específicas e tão frágeis como é a vida das mulheres ao redor do mundo.

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