CONTENTAMENTO CONTENTE

“Não estou dizendo isso porque esteja necessitado, pois aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância. Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade.”

Filipenses 4:11-12

Eu acho a vida muito complicada. Aliás, acho as pessoas muito complicadas, daí elas complicam a vida.

Escrevo isso com a impressão, pouco científica, de que serve para mim mesma. Sempre me achei contente, mas descobri nessa semana que estou longe – anos-luz, para ser mais cientificamente precisa – do tal contentamento.

Acontece que eu usava a palavra contente para esta situação alegre e inebriante que se faz presente na maior parte do meu tempo acordada. 

Não que eu não seja contente dormindo. Sou. Mas não me lembro, justamente por estar dormindo.

Esclarecida essa minha condição, de alegre e de ignorante, emendo este parágrafo para dizer que preciso de mais contentamento. 

Esse sim é valoroso. Não se trata de comodismo, de preguiça ou de mediocridade, mas de uma satisfação plácida que acalma a alma, pois conta para ela, a cada passo, em que rumo se está. 

Tudo isso me perturbou quando conheci o seu Mário, nessas minhas andanças, lá num cafundó de Minas. Nem era tão longe, mas eu acho “cafundó” uma palavra tão aconchegante e original. 

Também acho que ela combina com Minas, estado que adoro e me engorda loucamente.


Pois então, lá no cafundó, ele me deu um nó – era para rimar, porém é mais ainda para pensar. Simples, com uma vida bem humilde, seu Mário é recém-casado com Deus.

 Tem três filhos e já vive há 25 anos com a mulher. O carinho entre eles foi renovado após ela sofrer um AVC que lhe impossibilitou algumas atividades e comprometeu severamente seus movimentos. 

Dinheiro tem pouco, mas amor por ali tem muito.

Antes ele era alcoólatra, o lar era desequilibrado – tinha briga por todo lado. Mas então alguém pregou para ele, apresentou-lhe Jesus. Ele gostou desse tal de Jesus, entendeu que Ele era o Cristo salvador, então a bebida largou, o juízo chegou e a esperança brotou. 

Tudo assim, rimando mesmo.

Eles continuam pobres, mas com uma riqueza que ele não conseguiria comprar nem trabalhando cem vidas ou ganhando na loteria.

Queria contar sobre ele e, ao me deparar com a tela branca, descobri que não tenho palavras nem sentimentos compatíveis com o que vivi, pois vi a fé.

Aliás, mais do que isso. Eu a abracei, a cumprimentei com um forte aperto de mãos e olhei pra ela, lá no fundo dos olhos do seu Mário. 

Ele é feliz porque descobriu Jesus e agora vive pela simples descoberta de que tem um futuro maravilhoso e, mesmo no presente, já experimenta a salvação. 

Ele não olha para os lados, para os defeitos dos outros, para as falhas. Não, ele olha para Cristo, para a Cruz, para a Cruz de Cristo e para Cristo na Cruz.

Ele é de Deus, e você até pode falar, pregar, cantar ou escrever sobre o Pai, mas é diferente encontrar alguém em quem Ele habita e no qual mal cabe de tanto que irradia.

Assim foi. 

Eu conheci alguém cheio do Espírito Santo que me explicou sua felicidade de uma maneira incontestável que só a verdade tem. 

“Eu sou feliz e estou grato porque tudo na minha vida mudou e eu vou para o céu, uai. Trem bão, num é?”. 

É… “trem bão demais” para guardar só para mim…

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